quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A terrível experiência do SUS...

Ontem tive minha primeira (e espero que última) experiência no Sistema Único de Saúde de Caxias do Sul. Depois de dois dias com 40° de febre, resolvi ir no plantão. Aí vocês se perguntam ‘por que ela esperou dois dias pra ir no Plantão?’ porque eu sabia que iria passar por um atendimento precário e evitei até que deu.
Cheguei e já vi diversas placas avisando que os médicos estão em greve (a mais de sete meses) e só atenderiam urgência e emergência. Depois de 2h de espera uma Técnica de Enfermagem me chama e me dá uma bronca porque tomei antibiótico por conta e me obriguei a responder: ‘A senhora me desculpe, mas o atendimento aqui é tão precário e a demora é tão grande que as pessoas tentam todas as alternativas antes de procurar atendimento’. Com cara feia, mediu minha temperatura, que no momento estava 39°, ela me passou para outra sala.
Mais 1h de espera, com apenas uma médica atendendo, a ‘querida’ me chama e vou descrever minha consulta:

Médica: O que você sente
Eu: Tenho febre desde ontem de tarde
Médica: Febre tem causa, qual a causa?
(meu pensamento: se eu soubesse não tinha vindo aqui)
Olhou minha garganta, não mediu minha temperatura novamente e me receitou alguns remédios.
Eu: E se a febre não passar?
Médica: Pode demorar até 10 dias
Eu: Mas não vou aguentar ficar 10 dias com essa febre
Médica: Pois é, mas é o tempo que o remédio demora para fazer efeito.
Eu: Ok. Antibiótico corta o efeito do anticoncepcional, né?’
Médica: Totalmente
Eu: E quando ele para de cortar o efeito?
Médica: No próximo ciclo
Eu: Faço a pausa, quando começar de novo estou protegida, então?
Médica: Não sei como você vai se organizar, querida

Bom, eu já sabia que o antibiótico cortava o efeito, minha dúvida era até quando. Mas algumas pessoas não sabem, ninguém tem obrigação de saber e é dever dos médicos avisar seus pacientes. Aí as meninas engravidam com 14 anos e acham ruim, mas se a médica não avisa, o paciente acha que está tudo bem.

Fui medicada e deveria buscar o restante dos remédios na Unidade Básica de Saúde do meu bairro, porém o primeiro deveria ser tomado às 3h da manhã, e lógico que entre 23h e 3h a UBS estaria fechada. Passei na farmácia e comprei o que precisava, mas logo pensei em quem não tem condições de comprar. Faz o que?
Bom: o atendimento é precário, a espera é angustiante, a doação de remédios é uma farsa, e o absurdo da falta de vontade dos médicos é gritante.

Por favor Sartori, o senhor precisa dar um jeito nisso!


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