sexta-feira, 20 de abril de 2012

Há um abismo de autoconhecimento...

E as pessoas acham que relacionamento tem a ver com aprisionamento. E, por muita vezes encararem assim, ficam sozinhas. Pessoas abdicam da sua vida por outra, depositam sua felicidade na outra e abrem mão de tudo o que, até ontem era importante, pelo outro.
Vejo muita gente deixando a vida social, as amizades e a privacidade de lado em busca do relacionamento perfeito. Troca de senhas, perfil junto em redes sociais, monitorar celular e ligações. Apesar de comum, não consigo encarar como normal.
Trocam de namorado como trocam de roupa, não conseguem ficar um mês na própria companhia. Há um abismo de autoconhecimento nas pessoas, uma carência exagerada e um desespero por companhia. Isso me choca!
Não existe mais o ‘eu’ e tudo é planejado pensando no outro. E aí quando o outro não pode estar perto, se torna um sofrimento. Pessoas que abrem mão da sua individualidade por causa do outro, passam a existir por completo somente quando o outro está ao seu lado.
Uma relação, no meu entendimento, é feita de dois inteiros e não de duas metades. É preciso companheirismo, olhar para uma mesma direção, mas não esquecer que existe a própria vida.

Que sejam felizes para sempre, porque se um dia acabar, o mundo acaba.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Só dê ouvidos a quem te ama

Na falta de inspiração (e tempo!), copio um texto perfeito do Padre Fábio de Melo:

“Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa.
Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer. 
Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que vão feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas.
Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro.
Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra, Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou. Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.
Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir.
Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.
Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.
O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.”